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Mostrando postagens de 2017

As variações de Tite

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Com a classificação para a Copa do Mundo de 2018 já garantida, o Brasil enfrentou o Equador, na última quinta-feira, na Arena do Grêmio, pela 15ª rodada das Eliminatórias. Embora o técnico Tite tenha ressaltado, na véspera, a cobrança em cima dos jogadores por competitividade e desempenho, a Seleção foi bem menos intensa do que o habitual. Por outro lado, algumas dificuldades na construção ofensiva fizeram o treinador utilizar variações que, funcionando bem, ajudaram o Brasil a construir a vitória por 2 a 0 e, mais do que isso, abriram uma possibilidade interessante para o Mundial do próximo ano. Enfrentando um Equador que, como previsto, se defendeu bastante com suas duas linhas de 4 e buscou amarrar o jogo sempre que possível, o Brasil apresentou situações que tem sido recorrentes com sua formação inicial. Com Paulinho e, principalmente, Renato Augusto se aproximando dos zagueiros para uma saída de 3 e sem maior profundidade dos laterais, a Seleção acumula muitos jogadores na su...

Análise: Cruzeiro 1(3) x (2)0 Grêmio

Mano Menezes e Renato Portaluppi sabiam que, após o 1 a 0 de Porto Alegre, o confronto de volta entre Cruzeiro e Grêmio, pela semi-final da Copa do Brasil, teria um viés muito estratégico, no qual os detalhes fariam a diferença. Se por um lado a necessidade de fazer gols obrigava a equipe cruzeirense a tomar a inciativa, um tento do Grêmio, que possui um padrão muito consolidado e sabe o que quer dentro do jogo, praticamente selaria a classificação do tricolor gaúcho. Com isso em vista, Mano mexeu na estrutura da equipe. Sacou Rafael Sóbis, de atuação bastante apagada na Arena, e colocou Elber na ponta direita. Com Alisson no lado oposto, centralizou Robinho e Thiago Neves com o intuito de fortalecer o meio de campo, onde o Grêmio costuma construir seu jogo com qualidade. Embora interessante na teoria, a prática mostrou um Cruzeiro que, apesar da força nas entrelinhas, teve muita dificuldade de infiltração no terço final. Isso decorreu, evidentemente, da ausência de um atacante para ...

Uma síntese de 90 minutos

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Foto: Matthias Hangst/Getty Images Os 90 minutos da vitória contra a Juventus, que renderam ao Real Madrid o 12º título da Champions League, de certa forma sintetizaram o que foi a temporada da equipe de Zinedine Zidane. Os merengues enfrentaram momentos difíceis, mas mantiveram sempre uma força mental capaz de superar os mais desfavoráveis cenários. Na temporada em que Cristiano Ronaldo, estrela máxima da companhia, atingiu o apogeu de sua transição do ponta que encantava com seus dribles e jogadas de efeito para o atacante mais letal do futebol mundial, era natural que o Real readequasse sua maneira de jogar. Somada aos vários problemas de lesão da primeira metade da temporada, em diversas partidas a equipe merengue foi pouco brilhante, vencendo, mesmo assim, pela capacidade de decisão dos seus jogadores. Em determinada medida, o 1º tempo contra a Juventus foi assim. Tendo pouco controle da posse de bola – o que acontece quando o adversário consegue limitar as ações pr...

Ramiro e o Grêmio do jogo "entrelinhas"

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Foto: Lucas Uebel/gremio.net Das mudanças que Renato Portaluppi propôs após seu retorno ao comando técnico do Grêmio, em setembro de 2016, a inserção de Ramiro como extremo-direito foi, sem dúvida, a mais notável. Mesmo com sua polivalência, o ex-jogador do Juventude não havia conseguido se firmar no tricolor gaúcho até então, sofrendo com lesões e sendo um dos atletas mais criticados pelo torcedor gremista. Com Renato, Ramiro não só assumiu a titularidade como se tornou peça importantíssima no modelo de jogo da equipe gaúcha, sendo decisivo na campanha que culminou no pentacampeonato da Copa do Brasil. Para 2017, era lógica sua manutenção na equipe titular. E Ramiro foi o jogador mais regular do Grêmio em um Campeonato Gaúcho de ajustes, com a chegada de alguns jogadores e a saída de outros. Nesse período, passou a realizar alguns movimentos que, aliados ao bom desempenho do experiente Léo Moura na lateral, tornaram o setor direito o principal ponto  de construção ofensiva ...

O recomeço colorado

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Foto: Félix Zucco/Agência RBS Após o vexatório 2016, em que uma sucessão de erros culminou na inédita queda para a segunda divisão nacional , o Internacional iniciou a atual temporada da estaca zero. Com nova direção, nova comissão técnica e uma reformulação no elenco, a ideia era apagar o que foi feito na gestão de Vitório Piffero e recomeçar. Enquanto o jurídico do clube trabalhava no muito comentado "caso Victor Ramos" - que, mesmo indo para a Corte Arbitral do Esporte, na Suiça, não resultou em punição ao Vitória -, Antônio Carlos Zago, contratado após excelente trabalho no Juventude, encontrou um time despedaçado, sem legado tático e com jogadores abalados psicologicamente. Isso de certa forma explica as dificuldades enfrentadas pelo Inter no início da temporada, em que teve atuações muito ruins e precisou de cinco jogos para vencer no Campeonato Gaúcho. Aos poucos, porém, as coisas foram se encaixando. Com a chegada e a evolução dos bons reforços trazidos pela d...

Quando uma equipe alcança a maturidade - e quebra paradigmas

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Um dos desafios mais difíceis para um treinador de futebol é fazer sua equipe atingir o que dá para chamar de "maturidade futebolística". Isso significa, em outras palavras, conhecer e confiar na execução de um modelo de jogo, não se abalando com intempéries que venham a acontecer durante uma partida. Nesse sentido, o trabalho de Tite na seleção brasileira impressiona. Contra o Uruguai, em Montevideo, seu Brasil atingiu um patamar de maturidade que está no DNA de equipes vencedoras e muito difíceis de serem batidas. Sair perdendo logo cedo, após falha individual, na casa do tradicional adversário, exigiu dessa seleção algo inédito, que foi superado por meio de excelente postura anímica e confiança na execução de um modelo já padronizado. O erro de Marcelo, que resultou no gol de pênalti de Cavani, ofereceu ao Brasil o momento mais difícil da Era Tite. Foi o pior início de jogo possível para o escrete canarinho, enfrentando um adversário que, embora sem grande brilho técn...

Ofensividade, descontrole, transições: o histórico City x Mônaco

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Foto: Facebook Manchester City Manchester City e Mônaco protagonizaram um duelo histórico, nessa terça-feira, pela partida de ida das oitavas de final da Champions League. E, embora muitos atentem para a fragilidade defensiva das equipes, os fatores determinantes para o expressivo 5 a 3 residiram na qualidade técnica e mentalidade ofensiva dos rivais. Enquanto Pep Guardiola já é conhecido pela obsessão pela posse de bola e pela construção de jogadas , Leonardo Jardim faz ótimo trabalho na equipe que produziu incríveis 76 gols em 26 jogos no Campeonato Francês. Essa ofensividade esteve presente desde os primeiros minutos de jogo no Etihad Stadium. Com o Mônaco marcando em bloco alto, coube ao City o risco de buscar sair de trás sem "chutão", o que causou grandes problemas ao Barcelona na última semana, contra o PSG . Encontrando dificuldades em um primeiro momento, especialmente devido ao fraco jogo com os pés de Caballero, os Citizens encontraram a solução na reediç...

Avalanche parisiense

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Foto: Site PSG Unai Emery foi contratado pelo PSG com um objetivo bem claro: levar o clube às cabeças da Champions League. Soberano na França, com elenco estrelado e receita gigantesca, a equipe de Paris vem sofrendo eliminações precoces na principal competição do futebol europeu há alguns anos. E, se não encanta no Campeonato Francês da atual temporada, onde é 2º colocado, o PSG versão Emery mostrou todo seu potencial na abertura da fase eliminatória da Champions. Diante do poderoso Barcelona, algoz da temporada 2014/2015, a equipe francesa foi avassaladora. Dominante, não deixou os catalães imprimirem seu ritmo e encaminhou a classificação com um inapelável 4 a 0. A exemplo do Manchester City de Pep Guardiola, responsável pela outra derrota do Barça na atual edição da Champions , o PSG de Emery iniciou a partida marcando em bloco alto. A dificuldade catalã para sair da marcação pressão é notável, e nessa terça não foi diferente. Com Busquets encaixotado e Ter Stegen tendo p...

Com o brilho de Mané e a tradicional intensidade

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Foto: Facebook Liverpool FC Manter o nível de atuação durante toda temporada talvez seja a tarefa mais difícil para uma equipe de futebol. Na Premier League, onde as partidas possuem alta demanda física e por vezes assumem um caráter caótico, essa premissa se reforça. Nesse sentido, todas as equipes do Campeonato Inglês têm sofrido com quedas de desempenho e, recentemente, sem dúvida a mais notável foi a do Liverpool, de Jürgen Klopp, que em poucas semanas foi eliminado dos dois torneios eliminatórios da terra da Rainha e viu a esperança de título na Premier League se esvaecer. Foi diante desse contexto desfavorável, portanto, que os Reds  receberam o vice-líder Tottenham, nesse sábado, em Anfield. E, para superar o rival londrino e se recolocar na briga pela 2ª colocação do Campeonato Inglês, o Liverpool contou com dois elementos desequilibrantes, que estiveram ausentes em boa parte da sequência negativa de janeiro: Sadio Mané e intensidade. Convocado pela seleção de Sen...