Ofensividade, descontrole, transições: o histórico City x Mônaco
![]() |
Foto: Facebook Manchester City |
Manchester City e Mônaco protagonizaram um duelo histórico, nessa terça-feira, pela partida de ida das oitavas de final da Champions League. E, embora muitos atentem para a fragilidade defensiva das equipes, os fatores determinantes para o expressivo 5 a 3 residiram na qualidade técnica e mentalidade ofensiva dos rivais. Enquanto Pep Guardiola já é conhecido pela obsessão pela posse de bola e pela construção de jogadas, Leonardo Jardim faz ótimo trabalho na equipe que produziu incríveis 76 gols em 26 jogos no Campeonato Francês.
Essa ofensividade esteve presente desde os primeiros minutos de jogo no Etihad Stadium. Com o Mônaco marcando em bloco alto, coube ao City o risco de buscar sair de trás sem "chutão", o que causou grandes problemas ao Barcelona na última semana, contra o PSG. Encontrando dificuldades em um primeiro momento, especialmente devido ao fraco jogo com os pés de Caballero, os Citizens encontraram a solução na reedição de um movimento marcante das equipes de Pep Guardiola: saída de três com os laterais se posicionando por dentro. Eis a razão de Fernandinho atuar, na teoria, como lateral-esquerdo. À medida que o brasileiro interiorizava, ora Sagna se juntava a ele e Yaya Touré se alinhava aos zagueiros, ora o francês e o senegalês mantinham seus posicionamentos, com Otamendi ocupando o lado esquerdo.
Esse movimento fez com que os donos da casa saíssem do pressing com um pouco mais de êxito, o que permitiu ao City encontrar superioridade númerica ofensiva em alguns momentos, especialmente pelo lado esquerdo. Dali surgiram as melhores tramas da equipe inglesa, incluindo o gol de Sterling, após brilhante jogada de Sané. Entretanto, esse cenário também acarretou outra característica marcante do confronto: o descontrole. Ao mesmo tempo em que sofria quando não conseguia barrar a saída de bola Citizen, o Mônaco realizava a transição ofensiva com impressionante velocidade e coletividade quando retomava o esférico - foi dessa forma que os comandados de Leonardo Jardim chegaram ao empate, com Falcão Garcia, e à virada, com o jovem Mbappé. Isso deu à partida um contexto caótico, em que a bola raramente permanecia na faixa central do gramado por longos períodos, proporcionando a sensação de que ambas equipes poderiam chegar ao gol a qualquer momento.
No impressionante 2º tempo, que iniciou com superioridade francesa, essa premissa se manteve. Somou-se a isso o pênalti perdido por Falcão, o qual poderia induzir a partida a assumir outro caráter. Como isso não aconteceu, as excepcionais transições continuaram regendo o duelo: foi assim que surgiu o gol de empate de Agüero e a pintura de Falcão, que recolocou o Mônaco na frente. Guardiola sacou Fernandinho para a entrada de Zabaleta, de forma a conter as investidas de Mendy, bastante solto até então. Embora não tenha impedido o Mônaco de chegar sempre com bastante gente à frente, essa mudança diminuiu a influência ofensiva do lateral francês. Entrementes, o City encontrou dois gols através de escanteios, primeiro com Agüero e depois com Stones. O descontrole e o caos só foi acabar, enfim, quando Sané sacramentou o 5 a 3 após troca de passes que contou com toque magistral de David Silva.
Alguns aspectos podem ajudar a entender o porquê da vitória dos Sky Blues em um contexto em que o caos reinou e ambas equipes poderiam ter saído com o triunfo. Inicialmente, é preciso citar a similaridade que o confronto teve com os jogos da Premier League. Partidas intensas e descontroladas são comuns no futebol inglês, e o City de Guardiola teve problemas durante boa parte da temporada por buscar um improvável controle. Nesse sentido, reveses duros contra Chelsea e Leicester, por exemplo, ajudaram a moldar uma equipe que, se não atingiu o patamar de controle que seu treinador tanto busca, entende a importância das transições e tem nelas uma importante arma ofensiva. Ao mesmo tempo, é necessário constatar a juventude e relativa inexperiência do talentoso elenco do Mônaco. Também por culpa de Jardim, os franceses não conseguiram em momento algum frear o ritmo da partida, o que, por estarem em vantagem e jogarem fora de casa, era de sua responsabilidade. Da mesma forma, é inegável a influência psicológica presente nos grandes jogos, algo com que o poderoso elenco Citizen aparenta estar mais acostumado.
Apesar disso, não se pode deixar de enaltecer o excepcional desempenho ofensivo do Mônaco, que, como já citado, possui a impressionante média de 2,92 gol por jogo na Ligue 1. Com um elenco jovem e promissor, de destaques como Bernardo Silva, Mbappé e Fabinho, a equipe francesa é uma das grande sensações da temporada europeia. Liderando a 12 rodadas do fim, a chance de título nacional é real para os comandados de Leonardo Jardim, e mais provável do que uma eventual conquista de Champions League. Todavia, ninguém pode duvidar que uma equipe com tanto poder de fogo e chegada à frente possa não somente reverter o duelo de 180 minutos contra o Manchester City como alçar vôos maiores na principal competição do futebol europeu.
Alguns aspectos podem ajudar a entender o porquê da vitória dos Sky Blues em um contexto em que o caos reinou e ambas equipes poderiam ter saído com o triunfo. Inicialmente, é preciso citar a similaridade que o confronto teve com os jogos da Premier League. Partidas intensas e descontroladas são comuns no futebol inglês, e o City de Guardiola teve problemas durante boa parte da temporada por buscar um improvável controle. Nesse sentido, reveses duros contra Chelsea e Leicester, por exemplo, ajudaram a moldar uma equipe que, se não atingiu o patamar de controle que seu treinador tanto busca, entende a importância das transições e tem nelas uma importante arma ofensiva. Ao mesmo tempo, é necessário constatar a juventude e relativa inexperiência do talentoso elenco do Mônaco. Também por culpa de Jardim, os franceses não conseguiram em momento algum frear o ritmo da partida, o que, por estarem em vantagem e jogarem fora de casa, era de sua responsabilidade. Da mesma forma, é inegável a influência psicológica presente nos grandes jogos, algo com que o poderoso elenco Citizen aparenta estar mais acostumado.
Apesar disso, não se pode deixar de enaltecer o excepcional desempenho ofensivo do Mônaco, que, como já citado, possui a impressionante média de 2,92 gol por jogo na Ligue 1. Com um elenco jovem e promissor, de destaques como Bernardo Silva, Mbappé e Fabinho, a equipe francesa é uma das grande sensações da temporada europeia. Liderando a 12 rodadas do fim, a chance de título nacional é real para os comandados de Leonardo Jardim, e mais provável do que uma eventual conquista de Champions League. Todavia, ninguém pode duvidar que uma equipe com tanto poder de fogo e chegada à frente possa não somente reverter o duelo de 180 minutos contra o Manchester City como alçar vôos maiores na principal competição do futebol europeu.
Grande jogo, na qualidade dos jogadores e inteligência tática, pelos dois lados.
ResponderExcluir