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Mostrando postagens de novembro, 2016

Baixíssima intensidade e padronização de comportamentos

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Foto: Jefferson Botega/Agência RBS Atlético-MG e Grêmio chegaram à final da Copa do Brasil por motivos diferentes. Enquanto os mineiros dependem muito de suas excelentes individualidades, que decidem jogos e mascaram a fragilidade coletiva da equipe de Marcelo Oliveira, os gaúchos possuem um padrão consolidado, legado do trabalho de Roger Machado, que Renato Portaluppi soube, com muitos méritos, aproveitar. Esses fatores ficaram evidentes no primeiro confronto da decisão, em que o tricolor gaúcho teve amplo domínio e, com autoridade, construiu os 3 a 1 que o deixam muito próximo da quebra do jejum de 15 anos sem títulos de grande expressão. Com setores distantes e baixíssima intensidade na marcação, o Atlético foi refém do jogo de posição do Grêmio no primeiro tempo. A saída de bola de bola dos comandados de Marcelo Oliveira era ineficiente devido ao distanciamento entre o quarteto ofensivo e o restante da equipe: não existia aproximação e movimentação para quebrar as linhas d...

Vertical, mas pouco controlador

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O Real Madrid de Zinedine Zidane, que em janeiro completará um ano no comando técnico dos merengues, nunca teve uma identidade futebolística bem definida. Na verdade, foi por meio da adaptabilidade e da qualidade individual de seus atletas que "Zizou "  conduziu o Real à conquista da undécima , em acirrada final contra o rival Atlético de Madrid. A primeira metade da temporada 2016/2017, da mesma forma, tem apresentado uma equipe que, embora invicta em todas competições que disputa, carece de um sistema de jogo mais complexo, que o permita sofrer menos durante as partidas. O último jogo dos merengues - contra o Sporting, em Lisboa, pela Champions League - deixou isso claro. Na primeira etapa, o Real apresentou imensas dificuldade na construção, especialmente quando os portugueses avançavam suas linhas de marcação. Dessa forma, a equipe de Zidane se valeu quase que exclusivamente da movimentação em profundidade de Bale para rondar com perigo a área de Rui Patrício. Quand...

Um turbilhão de incompetências

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Foto: André Ávila/Agência RBS Em 2016, nenhuma equipe do futebol brasileiro teve planejamento tão falho quanto o Internacional. Clube com a maior legião de sócios e uma das maiores receitas do país, o colorado se arrastou durante todo o 2º semestre contra o rebaixamento à Série B, que agora bate com força na porta do Beira-Rio. Esse contexto, naturalmente, não surgiu do acaso: é, em especial, resultado da péssima gestão de futebol do presidente Vitório Piffero e de seus subalternos. O início de temporada com Argel Fucks, ainda que respaldado nos bons números do atual técnico do Vitória no final de 2015, já foi precipitado. Argel faz o estilo do treinador sanguíneo, que prioriza a transpiração à inspiração. Embora os resultados do primeiro semestre tenham sido satisfatórios - título do Campeonato Gaúcho e temporária liderança do Brasileiro -, o futebol cobra mais à longo prazo. Nesse sentido, o treinador apresenta muito pouco em questão de modelo de jogo. Em 38 rodadas, é natura...

Renato Augusto, a solução dos problemas para Tite

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Foto: Lucas Figueiredo/CBF Dotado de uma leitura de jogo acima da média, Renato Augusto é o futebolista brasileiro cujas características mais se aproximam do meio-campista moderno. Versátil e inteligente, ele executa bem diversas funções dentro do jogo, e suas participações, além de potencializar o desempenho de seus companheiros, tem sido chave para que a Seleção Brasileira de Tite, que chegou à sexta vitória em seis jogos diante do Peru, solucione os problemas que vêm à tona durante as partidas. Assim como no confronto contra a Argentina , o escrete canarinho sofreu muito nos primeiros minutos da partida diante dos peruanos. Empolgado pela vitória por 4 a 1 sobre o Paraguai e incendiado pelo eufórico torcedor em Lima, a equipe de Ricardo Gareca iniciou o jogo com muita intensidade, marcando pressão e dificultando a transição brasileira, que novamente apresentou alguns problemas na saída de bola. A solução buscada por Tite, tal qual no clássico em Belo Horizonte, passou pelo rep...

Maturidade, inteligência e talento

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Foto: Lucas Figueiredo/CBF Brasil e Argentina chegaram em momentos díspares para o aguardado clássico dessa quinta, no Mineirão. Entretanto, os diversos fatores que envolviam o confronto - desde o próprio palco da disputa até a qualidade individual dos argentinos liderados por Messi - tornaram grande o desafio para a incipiente, embora muito bem estruturada, seleção de Tite. Dessa forma, a maturidade e inteligência do escrete canarinho para, como o próprio treinador citou, "saber sofrer" e se adaptar ao contexto que a partida apresentou foi primordial para a excelente vitória brasileira. O início do jogo apresentou um cenário desconfortável para a seleção brasileira. Com o já amarelado Fernandinho tendo dificuldades em limitar as ações de Messi e a Argentina lateralizando bastante - especialmente no lado direito, onde obtinha superioridade numérica -, o reajuste só veio após Alisson fazer grande defesa em chute de Biglia. Exitosamente, Tite alterou os posicionamentos de...

A adaptabilidade de Pep

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No mundo do futebol, poucos treinadores tem ideias tão claras do que pretendem que suas equipes façam quanto Pep Guardiola . Sua obsessão pela posse de bola, a partir da qual exerce o jogo de posição - seu principal conceito - é marcante. Entretanto, nessa terça, diante do Barcelona, o cenário desfavorável fez Pep (que por vezes é taxado de ególatra) abrir mão de suas quase que inalienáveis convicções para conduzir o Manchester City a uma grande vitória. Duas semanas após os 4 a 0 sofridos na Catalunha , os Citizens novamente apostaram na marcação alta como forma de conter a enorme qualidade blaugrana e buscar ter a posse de bola. Contudo, a eficiência da saída do Barça regeu a maior parte do 1º tempo. A partir do excelente jogo com os pés de Ter Stegen, a equipe de Luis Enrique teve muita retenção e conseguiu controlar um City incomodado em ter de correr atrás da bola por muito tempo. Não foi surpreendente, portanto, quando Messi e Neymar construíram o contra-ataque letal que ter...